Dia do Oncologista: uma mensagem para afagar o coração

Aos que compartilham comigo as nuances dessa profissão que escolhi para a minha vida, fica o desafio de, cada vez mais, termos um olhar atento ao bem mais precioso do nosso trabalho: os pacientes. É preciso que nunca abandonemos o olhar sensível para essas pessoas que dependem de nossa assistência, principalmente porque o câncer é uma doença ainda repleta de estigmas. Mexe com a autoestima, traz incertezas.

Nesse sentido, o trabalho do oncologista, não é segredo dizer, deve estar intimamente atrelado à vontade de servir bem, acolher, compreender as necessidades do paciente mesmo que ele não consiga expressá-las com clareza.

Acho, humildemente, que sou muito grato e feliz por, hoje, fazer parte de uma instituição que se preocupa justamente com o que acredito: olhar para o paciente com ternura, cuidar daquele que nos procura não apenas no que tange à aspectos clínicos, mas no sentido mais literal da palavra cuidado.

Os desafios do mercado são grandes, incontáveis, principalmente neste momento de pandemia, onde as fragilidades ficam [sim] mais expostas. A cada dia temos que conviver com um número volumoso de informações, muitas, inclusive, falsas e equivocadas; estarmos antenados com as novidades da oncologia clínica, que batem constantemente em nossas portas e, sobretudo, estudar. Estudar incessantemente. Costumo dizer, inclusive, que se existe um juramento que qualquer médico nem precisa fazer é de que ele jamais abandonará os livros, a sala de aula...a busca pelo conhecimento.

O conhecimento, por sinal, é o que nos traz a cura. Prova disso é que neste momento nunca dependemos tanto da ciência para termos boas notícias. Uma notícia que, certamente, vai curar o mundo.

Que no dia de hoje possamos parar e refletir, exatamente, sobre as duas maiores competências da carreira de qualquer médico. Elas devem caminhar conosco, lado a lado: o amor a ciência e, principalmente o amor ao próximo, que muitas vezes [ou na maioria delas] precisa de doses generosas de amor para aguentar as tantas e tantas doses de quimioterapia necessárias no caminho para a cura.

 

Sigamos firmes, fortes, com entrega, resiliência e sobretudo...com muito amor!

 

                                     Ricardo Cembranelli – Oncologista clínico