Câncer de Rim causa mais de 155 mil mortes por ano

O mês de junho ganha uma tonalidade especial com a campanha "Junho Verde", dedicada à conscientização e prevenção do câncer de rim. Esta iniciativa tem como objetivo aumentar a visibilidade sobre essa doença que, embora menos falada, afeta milhares de pessoas ao redor do mundo.

De acordo com o levantamento Globocan 2022 do IARC, o braço de pesquisa do câncer da Organização Mundial da Saúde (OMS), o câncer de rim afeta 434.840 pessoas no mundo, ocupando a 14ª posição em termos de incidência entre as doenças oncológicas. No mesmo estudo, em relação à mortalidade, a enfermidade está na 16ª posição entre todos os tipos de câncer, causando 155.953 mortes anuais.

Sabemos que não são totalmente conhecidas as causas do câncer de rim. No entanto, entre os principais fatores que aumentam o risco da doença estão o tabagismo, obesidade, hipertensão arterial sistêmica, histórico familiar de câncer de rim e hemodiálise.

Em relação aos sintomas, vale ressaltar que esse tipo de câncer é silencioso e muitas vezes pode ser um achado incidental de um exame de rotina realizado com outra finalidade. Entre os principais e mais comuns sinais e sintomas do câncer renal, podemos citar a presença de sangue na urina, dor abdominal e perda de peso não intencional.

Apesar de pouco falado, nos últimos anos, o tratamento do câncer renal, especialmente do carcinoma de células claras, responsável por 80% dos casos, teve grande evolução com a chegada da imunoterapia e de novas gerações dos inibidores de tirosina quinase.

Esses tratamentos agem de forma a combater o câncer. A imunoterapia estimula o sistema imunológico a atacar as células tumorais, enquanto os inibidores de tirosina quinase induzem a morte celular e interrompem o crescimento de novos vasos sanguíneos, essenciais para o crescimento do tumor.

O diagnóstico precoce do câncer renal, pode aumentar as chances de cura significativamente. Tumores localizados no rim, quando detectados em estágios iniciais e em tamanhos pequenos, apresentam uma sobrevida de até 90% em 5 anos, enquanto tumores maiores ou com invasão de linfonodos próximos têm uma sobrevida de até 50% no mesmo período.

É crucial conscientizar a população sobre a obesidade e o tabagismo, principais causas da doença. A campanha visa informar a população sobre essas causas e como evitá-las, além de fornecer mais conhecimento sobre os sinais de alerta que indicam a necessidade de procurar um médico.

 

Roberta Dayrell, Oncologista