Câncer no útero: doença que acometeu a apresentadora Fátima Bernardes

Câncer de útero, você já ouviu falar? A apresentadora da Globo, Fátima Bernardes, anunciou no dia 02/12 que foi diagnosticada com câncer de colo de útero (endométrio).

O endométrio é o tecido que reveste a parte interior do útero. O câncer de endométrio é mais comum em países desenvolvidos onde o consumo de gordura é elevado e, à medida que a prevalência da síndrome metabólica aumenta a doença, pode se tornar mais comum. 

A maioria dos casos ocorre em mulheres acima de 55 anos. E os principais sintomas são:

  • Sangramento anormal: 90% das mulheres com câncer de endométrio têm sangramento vaginal anormal, após a menopausa ou entre períodos menstruais. Entre 5% e 20% das mulheres na pós-menopausa com esse sintoma têm câncer de endométrio. Isso pode indicar uma série de outras doenças, mas é preciso consultar um especialista para saber a causa
  • Dor na pelve
  • Sentir uma massa nessa região
  • Perda de peso inexplicável

Os principais fatores de risco de desenvolver câncer de endométrio estão listados abaixo, mas a presença deles não significa que, necessariamente, a pessoa vai ter câncer de endométrio.

  • Idade: geralmente ocorre em mulheres na pós-menopausa: 20% dos casos são diagnosticados em mulheres entre 40 e 50 anos e 5% abaixo dos 40 anos.
  • Estrogênio: uso de terapia de reposição hormonal, menarca (primeira menstruação) precoce e menopausa tardia, uso de pílula anticoncepcional, nunca ter tido filhos.
  • Hiperplasia atípica: que é o espessamento do endométrio causado por exposição ao estrogênio, presente em mulheres que não ovulam todos os meses. Em uma pequena porcentagem dos casos essa condição se transforma em câncer.
  • Síndrome do ovário policístico
  • Obesidade
  • Pressão alta
  • Diabetes
  • Câncer prévio: câncer de mama ou de ovário e tratamento com tamoxifeno ou radioterapia na região pélvica.
  • Histórico familiar: mulheres com síndrome de Lynch ou com câncer colorretal hereditário não poliposo (hnpcc) também correm maior risco de desenvolver câncer de endométrio.

 

O tratamento depende do estágio da doença. Se estiver localizado no útero normalmente a cirurgia é a conduta mais adotada. Após a cirurgia avaliaremos o material para decidir sobre a necessidade de tratamento complementar, que pode ser quimioterapia, radioterapia, braquiterapia, hormonioterapia ou a combinação dessas técnicas de tratamento. Se já tiver espalhado para outras áreas do corpo (metástase) podemos lançar mão de quimioterapia ou hormonioterapia como principais estratégias. 

 

Como o câncer endometrial às vezes resulta de uma mutação hereditária, deve-se considerar aconselhamento e/ou exame genético para as pacientes com menos de 50 anos ou têm história familiar significativa de câncer endometrial e/ou câncer de colorretal de origem familiar. 

Pacientes mais jovens que desejam ter filhos, devem consultar um especialista em fertilização assistida. Em casos iniciais é possível preservar a fertilidade. 

 

Como a obesidade e a hipertensão aumentam o risco de câncer de endométrio devemos sempre estimular um de estilo de vida saudável, com práticas de atividade física, alimentação balanceada e controle do peso. Essas estratégias podem ajudar a prevenir o câncer de endometrio, 

 

Dra. Elisa Ramos, oncologista clínica