Março Azul Marinho: o que é a colonoscopia, quem deve fazer e o que este exame pode indicar
Doença que inspira cuidados, o câncer colorretal é o terceiro mais frequente do Brasil, sem considerar os tumores de pele não melanoma. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), a estimativa é de 45.630 casos por ano no país no triênio de 2023 a 2025. Esses números representam um risco estimado de quase 21 diagnósticos a cada 100 mil homens brasileiros e a 21,41 a cada 100 mil mulheres.
A boa notícia é que a enfermidade é uma das poucas neoplásicas cujo desenvolvimento pode ser evitado através de um exame crucial, a colonoscopia. Isso porque, o método é o mais eficiente para diagnosticar pequenas lesões benignas na região intestinal, antes mesmo que elas se tornem cancerosas. Através de um tubo flexível com uma câmera na extremidade, que é introduzido pelo ânus, a colonoscopia permite que todo o intestino grosso, além da parte final do intestino delgado, seja visualizado. Isso permite a detecção de lesões na superfície interna do intestino.
Geralmente, o médico indica o procedimento quando o paciente apresenta algum sintoma relacionado ao intestino, entre eles presença de sangue nas fezes, dor abdominal, diarreia ou constipação; mas o exame também deve ser feito por quem está assintomático, para rastreamento. No Brasil é preconizado que o método seja realizado a partir dos 50 anos para a população em geral. Já para as pessoas com histórico da doença na família, o ideal é que o rastreamento comece precocemente.
Para que o exame seja feito é necessário que o paciente passe por uma consulta prévia, afim de ser avaliado, e receber orientações sobre o exame e o preparo. Na véspera do exame, o paciente deve realizar o preparo. Ele deve fazer uma dieta especial e o uso de laxantes, com o objetivo de limpar o intestino para que o médico no momento do exame consiga identificar lesões que são, na maioria das vezes, milimétricas, e assim, retira-las. O exame é indolor. Todo o procedimento é feito com o paciente sedado, dormindo, sob assistência anestesiolágica.
Karina Viana Camargo, Gastroenterologista do Hospital Semper
Como já dito por Camargo, o rastreamento, além de indolor, é fundamental como primeiro passo para investigar a saúde da região colorretal. Durante a avaliação, que dura em torno de 30 a 40 minutos, é possível, inclusive, retirar os pólipos sem a necessidade de cirurgia. Embora o exame ainda seja pouco divulgado, acredito que tem aumentado a compreensão sobre a necessidade de fazê-lo.
O prazo para refazer a colonoscopia vai depender se houver descoberta de pólipo. Se nada de anormal for encontrado, o ideal é fazer uma nova avaliação a cada cinco ou até dez anos, dependendo das alterações a frequência para repetir o exame é menor. Porém, diante da constatação de um sinal precursor do câncer colorretal, o indicado é repetir a colonoscopia no ano seguinte. Por outro lado, lesões com suspeita de já serem câncer são biopsiadas para se chegar ao diagnóstico correto e tratamento adequado.
Daiana Ferraz, Oncologista da Cetus Oncologia