Quatro a cada 10 casos de câncer poderiam ser evitados com bons hábitos de vida, segundo OMS
No dia da Saúde e da Nutrição (31/03), é um momento ainda mais oportuno para se discutir sobre a importância dos bons hábitos de vida, principalmente para evitar doenças como o câncer. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 40% dos casos de tumores poderiam ser impedidos se os fatores de risco não fossem aplicados pelos pacientes no dia a dia. Entre eles, é possível citar má alimentação, sedentarismo, ingestão de bebidas alcóolicas e consumo de alimentos ultraprocessados.
Para aqueles que já estão em tratamento oncológico, manter a qualidade de vida, em todos os aspectos, é ainda mais crucial para garantir sobrevida a dieta mais adequada aos pacientes com diagnóstico neoplásico vai depender do tipo de tratamento. De uma forma geral, recomenda-se alimentos bem higienizados, evitar o consumo de carne crua ou mal passada, além de ovos crus ou com gema/clara mole, que oferecem risco de contaminação. É importante ainda diminuir o consumo dos ultraprocessados, com corantes, aditivos e conservantes. Isso sem falar da preferência pela comida feita em casa, mais natural, sem agrotóxicos. Isso porque, quanto menos substâncias o corpo for obrigado a eliminar, melhor será para ele se trabalhar apenas com a eliminação da toxicidade dos quimioterápicos.
Além da alimentação saudável, a atividade física é importante para o paciente com câncer.
Hoje, o exercício físico é uma prescrição para pacientes com câncer de mama, da mesma forma que a quimioterapia e outros fármacos. Existem estudos relacionados aos tumores de mama, inclusive, que apontam o seguinte: se a mulher começa a tratar a doença, faz exercício físico e perde peso, essa mudança de postura terá impacto direto na melhora da sobrevida.
Engana-se quem acha que as atividades físicas, necessariamente, são somente as de alto impacto, intensas e exaustivas. O exercício muscular, por exemplo, pode ser feito sentado.
Não é necessário sequer correr. Ele demanda apenas força e é crucial pois quando o paciente perde peso durante o tratamento, mas ganha na parte muscular, sofrerá menos efeitos colaterais. Há ainda, outras opções, como uma caminhada leve, com tempo e trajeto determinado, hidroginástica, etc. Nesse processo, é fundamental ser acompanhado por um profissional que conheça as limitações [do paciente] e entenda quais os exercícios são compatíveis ao caso.
A atividade física é contraindicada apenas para aqueles com metástase óssea, que apresentam risco de fraturas, e pessoas com doenças cardíaco-pulmonares. Isso porque, as práticas de alto impacto geralmente demandam alto consumo de oxigênio.
Se queremos envelhecer andando sozinhos, tomando banho sozinhos, nos cuidando sozinhos, sem depender de ninguém, é primordial ter músculos, e para ter músculos é preciso se exercitar
Espera-se que uma pessoa com um histórico de atividade física regular antes de um diagnóstico de câncer, esteja naturalmente mais preparada para enfrentar esse processo.
Gisele Magalhães, Nutricionista
Drª Nara Andrade, Oncologista