Dia Mundial de Luta contra o Câncer
No dia 08 de abril acontece o Dia Mundial de Luta contra o Câncer, com o papel de trazer a discussão assuntos sobre a prevenção, tratamento, combate, e aumento do número de diagnósticos da doença. Datas como essa cumprem um papel social de fazer com que não nos esqueçamos de cuidar da saúde. E isso, tem se tornado cada vez mais necessário, já que o número de casos da doença entre pessoas com menos de 50 anos aumentou 79% nas últimas três décadas.
De acordo com as informações de um estudo publicado na revista científica "BMJ Oncology", que analisou dados de 29 tipos de tumores em 204 países e regiões, incluindo o Brasil; em 2019 foram registrados um total de 3,26 milhões de novos diagnósticos em pessoas com menos de 50 anos. Já em 1990, essa taxa estava próxima de 1,8 milhão de casos. E as mortes também aumentaram. Mais de 1 milhão de óbitos em 2019, um crescimento de quase 28% em relação a 1990.
É importante não generalizar a doença e fazer a prevenção. Existem centenas de tipos de neoplasias malignas, com cursos clínicos distintos, tratamentos diversos e prognósticos variados. Alguns tipos de neoplasia apresentam formas de redução de incidência, o que chamamos de prevenção primária. Já outros tumores, que com exames periódicos podem ser diagnosticados em fases onde a doença é potencialmente curável, chamamos de prevenção secundária. O dia da conscientização sobre o câncer é muito importante para evidenciar o assunto. É essencial que a população tenha em mente, que é fundamental realizar a prevenção primária: atividade física, bons hábitos alimentares, cessar o tabagismo e o hábito de ingerir bebidas alcoólicas, manter o peso normal, equilíbrio psicológico, e manter os exames de prevenção em dia (colonoscopia, exame ginecológico, mamografia e exame da próstata).
Os bons hábitos alimentares e o estilo de vida saudável, não são recomendados apenas para prevenção, mas também para pacientes oncológicos. Adotar essas recomendações podem ajudar a fortalecer o sistema imunológico e reduzir o risco de recorrência após o tratamento.
Os possíveis efeitos colaterais dos tratamentos são potencialmente diversos, mas cada vez menos frequentes, graças a evolução do suporte e medicamentos modernos que reduzem a incidência de náuseas e vômitos. A evolução dos medicamentos como agentes alvo moleculares e a própria imunoterapia, tem o perfil de tolerância melhor. Hoje o tratamento é muito mais bem tolerado.
A pesquisa clínica tem um papel importante na busca novas terapias e melhorias para o tratamento, ela é a ‘mola’ mestra para o desenvolvimento da medicina de uma forma geral, é através dela que conseguimos evoluir com medicamentos mais eficazes e menos tóxicos.
Apesar das evoluções em medicamentos, formas de prevenção, e tratamentos, existem alguns desafios a serem superados. Como disse anteriormente, a conscientização da população sobre a necessidade de buscar uma vida mais saudável é indispensável. Por outro lado, também é preciso que as pesquisas clínicas progridam, para promover avanços na eficácia do tratamento, e outras possíveis formas de prevenção do câncer.
Dr. Alexandre Chiari, Oncologista