O isolamento social não pode impedi-lo de salvar vidas: doe sangue

Em Minas Gerais, a queda nos hemocentros já chega a 30% e os estoques estão críticos. Por isso, a tradicional campanha ‘Junho Vermelho’, que conscientiza sobre a importância deste gesto nobre, nunca foi tão fundamental.

Aliás, uma observação importante: a escolha de junho para ser o período de conscientização sobre a doação de sangue não é aleatória. O sexto mês do ano é considerado o de maior escassez nos estoques, que registram uma diminuição no número de doadores no Brasil. Há ainda um aumento da incidência de infecções respiratórias, propiciado pela queda das temperaturas. Com isso as pessoas se recolhem e ficam menos propensas a sair de casa. O fato de estarmos em isolamento social também acaba sendo outro dificultador.

Para doar é necessário ter entre 16 e 69 anos, pesar mais de 50 quilos e estar bem de saúde. A quantidade do sangue a ser doado para homens é 9ml/Kg e em mulheres 8ml/Kg. Por outro lado, pessoas com febre, gripe ou resfriado, diarreia recente, grávidas e mulheres no pós-parto ficam proibidas temporariamente de fazer a ação.

Outro motivo para que você se sinta estimulado a doar é a confiabilidade do procedimento. Os hemocentros adotam todas as normas de segurança, entre elas o uso de materiais descartáveis. Antes da doação você também passa por uma triagem para saber, por exemplo, se usa algum tipo de medicamento ou tem condição clínica que porventura seja um impeditivo.

Por fim não posso terminar esse texto sem antes dizer que cada pessoa, ao doar, pode salvar outras quatro vidas. Isso porque o sangue coletado se transforma em diversos hemocomponentes: concentrado de hemácias e unidades de plaquetas são alguns. O plasma também pode ser retirado na doação. Todos esses hemocomponentes podem ser direcionados para pacientes com problemas de saúde distintos.

Por isso, é fundamental que você se conscientize sobre o assunto. Mesmo que alguns tipos, como o O-, fiquem sempre em estado crítico, não significa que o seu, por estar abundante no momento, seja desnecessário. Doações de qualquer categoria sanguínea são sempre bem vindas.

Gustavo Henrique Romani Magalhães, hematologista do Cetus Oncologia