Linfomas: Conscientização e Detecção Precoce para uma Vida Saudável

O Dia Mundial de Conscientização sobre Linfomas, que foi celebrado no dia 15 de setembro, tem um propósito fundamental: esclarecer a população sobre os linfomas, que são neoplasias malignas do sistema linfático. Muitas vezes, o diagnóstico dessas doenças é atrasado ou até mesmo não realizado devido à falta de conhecimento. 

Em termos gerais, os linfomas são divididos didaticamente em duas categorias: Hodgkin e não Hodgkin, uma homenagem ao médico inglês Thomas Hodgkin, que descreveu o linfoma de Hodgkin pela primeira vez. No entanto, dentro dessas duas categorias, existem numerosas doenças bastante distintas entre si. Os linfomas podem causar a infiltração de vários sistemas, incluindo o linfático, levando ao inchaço dos gânglios linfáticos, popularmente conhecidos como "ínguas".

Os sintomas comuns dos linfomas incluem inchaço nos gânglios linfáticos, que podem se tornar bastante volumosos. Além disso, essas doenças podem levar ao surgimento de massas em várias partes do corpo, febre baixa recorrente, geralmente no fim da tarde ou início da noite, perda de peso inexplicada, fadiga e sudorese intensa, principalmente à noite. É importante destacar que nem sempre todos esses sintomas estão presentes, e a apresentação clínica pode variar significativamente.

A detecção precoce desempenha um papel crucial no tratamento dos linfomas. Quanto mais cedo a doença for identificada, mais eficaz e menos tóxico pode ser o tratamento. Além disso, a detecção precoce reduz as chances de o paciente desenvolver lesões e complicações secundárias devido à infiltração da doença em órgãos saudáveis. Para diagnosticar os linfomas, é necessária uma abordagem histológica, que envolve a análise de uma amostra de tecido por uma equipe experiente de patologistas. A biópsia do tecido afetado é fundamental, e geralmente são removidos um ou mais linfonodos completos ou fragmentos representativos de áreas suspeitas para estudo.

O risco de desenvolver linfomas varia de acordo com diversos fatores, incluindo o subtipo do linfoma, a idade e outras condições de saúde. Por exemplo, o linfoma de Hodgkin Clássico tende a ocorrer mais em adolescentes, adultos jovens e idosos acima de 65 anos, enquanto o linfoma difuso de grandes células B é mais comum em adultos acima de 50 anos. Pacientes imunossuprimidos, como aqueles que passaram por transplantes e usam imunossupressores, ou portadores do HIV, especialmente aqueles com a síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS), têm maior probabilidade de desenvolver linfoma. Portanto, a conscientização e o diagnóstico precoce desempenham um papel fundamental na gestão dessas doenças.

Edson Alexandre Silva Carvalho – Hematologista