Brasil poderá registrar cerca de 554 mil mortes causadas por câncer em 2050
Nesta terça-feira, dia 20 de fevereiro, o Brasil se volta para uma reflexão crucial e urgente: o combate às drogas e ao alcoolismo. De acordo com uma projeção feita pela Iarc (Agência Internacional de Pesquisa em Câncer), o Brasil registrará cerca de 554 mil mortes causadas por câncer no ano 2050. Ainda segundo as estimativas da agência, que faz parte da OMS (Organização Mundial da Saúde), o país também registrará 1,15 milhão de novos casos até o mesmo ano. O consumo excessivo de álcool e de drogas (lícitas ou ilícitas) aumenta significativamente o risco de desenvolvimento de câncer.
O consumo exagerado de bebidas alcoólicas e de drogas, principalmente de álcool combinado com o cigarro, aumenta o risco do desenvolvimento de alguns tipos de câncer, dentre eles, tumores de cabeça, pescoço e de esôfago. Vale alertar também para o consumo de bebidas alcoólicas destiladas, que aumentam o risco de câncer de fígado, câncer de mama e câncer colorretal.
Além de aumentar o risco de doenças oncológicas, o consumo excessivo de álcool e drogas também aumentam o risco cardiovascular. Hoje, no Brasil, as doenças que mais matam são as de cunho cardiovascular, seja o infarto ou acidente vascular cerebral (avc). Para as pessoas terem uma melhor qualidade de vida, o recomendado é evitar ambos.
Para aqueles que forem contra a recomendação e não quiserem parar de consumir bebidas alcoólicas, o indicado é ao menos respeitar o limite de ingestão, que seria uma dose para mulher e duas doses para o homem. Já o cigarro, não deve ser utilizado de forma alguma, a dica é suspender totalmente o uso.
Em relação as drogas ilícitas, o uso pode gerar substâncias tóxicas ao organismo, gerando uma inflamação crônica que também aumenta o risco de câncer. Então, o recomendado é também evitar o consumo.
Na minha opinião, o que falta para termos melhores índices nesse combate é uma melhor divulgação das ações governamentais já existentes. Campanhas de conscientização, grupos de combate ao consumo de drogas e álcool, fornecimento de medicações que auxilie os usuários e entre outros, já existem na nossa sociedade, mas, infelizmente, ainda são pouco divulgadas.
Daniella Pimenta, oncologista