Que tal deixar o cigarro no passado?
Cerca de 8 milhões de mortes por ano são relacionadas ao tabagismo, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) e, entre as várias doenças que o cigarro, em suas diferentes formas, pode causar, estão alguns cânceres. O maior risco é o de pulmão, mas outros como o de boca, esôfago, e até mesmo de bexiga também são possíveis perigos. Isso porque ao serem ingeridas e passarem pelo corpo, as toxinas do tabaco vão causando danos por muito tempo às células do organismo. Elas sofrem mutações e podem se transformar em células cancerosas.
Por isso, na data de hoje, Dia Mundial sem Tabaco, aproveito para deixar um importante alerta: que tal dar o primeiro passo em busca de se ver livre do vício?
O tratamento antitabagista é multifatorial, então é importante, por exemplo, a terapia em conjunto com diferentes profissionais da saúde, como psicólogos, pneumologistas, assistentes sociais. Juntos eles auxiliarão na conscientização sobre a dependência e mudança de hábitos.
Um dos modelos de tratamento mais utilizado hoje é o de Prochaska e DiClemente, desenvolvido no final da década de 1970 pelos pesquisadores norte-americanos James Prochaska e Carlo Diclemente. O estudo traz os estágios motivacionais que precisam ser superados por quem deseja eliminar vícios, dependências ou obsessões. As etapas incluem pré-contemplação, contemplação, preparação para a ação, ação, manutenção e saída definitiva ou recaída. Cada um dos estágios possui uma definição e uma abordagem recomendada, dessa forma, o paciente passa por todos os ciclos para enfim deixar o cigarro no passado. Caso haja recaída, o tratamento reinicia.
O mais importante é que todos que desejam parar, recebam o apoio dos amigos e entes queridos. Dessa forma se sentirão determinados e encorajados a não desistir. Não podemos esquecer que o vício, seja ele qual for, é inerente à natureza humana, portanto pode prejudicar a todos nós. Logo é necessário empatia com quem tenta se libertar. Daiana Ferraz, oncologista clínica