No Brasil, oito a cada 10 casos de câncer de cabeça e pescoço são descobertos em estágio avançado
Neste mês, dedicado à prevenção aos cânceres de cabeça e pescoço, um importante alerta: cerca de dez mil pessoas morrem por ano no Brasil, vítimas da doença, dentre os aproximadamente 43 mil novos casos anuais. O mais assustador é que cerca de 70 a 80% dos diagnósticos são descobertos em estágios avançados, o que exige tratamento mais complexo. A neoplasia refere-se a um conjunto de tumores que engloba não apenas uma, mas várias partes. Dentre as mais atingidas estão os lábios, bochechas, gengivas, língua, céu da boca, amígdala, cavidade nasal, faringe e laringe.
Os principais fatores de risco da doença são o tabagismo, principalmente associado ao etilismo, infecção pelo papilomavírus humano (HPV), excesso de gordura corporal, além da exposição a solventes, agrotóxicos, entre outros. Porém, uma consulta ao dentista, inclusive, pode auxiliar na descoberta de sinais capazes de indicar esse tipo de câncer ainda no início. Entre esses sinais estão aparecimento de feridas na boca que não cicatrizam, caroços no pescoço e/ou na parte interna da boca, dor para engolir e rouquidão.
Mas atenção: apesar de a consulta com um dentista ser de grande auxílio no rastreamento precoce da neoplasia, o diagnóstico concreto é feito apenas com o exame físico, biópsia do nódulo ou ferida e avaliação da laringe com endoscópio. Além disso, exames de imagem devem ser solicitados para avaliar a extensão da doença. Já o tipo de tratamento depende da região da cabeça e pescoço onde a doença teve início, do tamanho da lesão, da presença de linfonodos doentes (íngua) e se há infecção pelo HPV. De modo geral, as terapias incluem quimio ou radioterapia, além de cirurgias.
Por fim, para se prevenir do câncer de cabeça e pescoço, deixo aqui algumas medidas como não fumar, consumir bebidas alcoólicas moderadamente, praticar exercícios físicos, se alimentar bem e se vacinar contra o HPV. A vacina está disponível nos postos de saúde para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos. Além disso, o SUS oferece o imunizante para imunossuprimidos, transplantados e pacientes com câncer, (mulheres até 45 anos e homens até 26 anos.
A melhor dica é sempre a prevenção e se o diagnóstico se concretizar, que ele seja precoce, o que aumenta consideravelmente as chances de cura e torna o tratamento menos complexo.