Dores do dia a dia, se não investigadas, podem causar problemas graves de saúde
Recentemente a mídia divulgou o caso de um norte-americano de 62 anos, que após cinco sofrendo com dores recorrentes no pé, descobriu, na verdade, que estava com um problema bem maior: somente depois de ver sua mobilidade afetada e a perna direita inchar, consultou-se com um clínico geral, que o levou a um diagnóstico inimaginável. O ‘incômodo’ de meia década era um câncer no rim e, o pior, sem cirurgia, ele teria apenas quatro dias de vida. O caso, mesmo isolado, pode servir de alerta para todos nós. Muitas pessoas sentem dores por anos a fio e, com isso, não procuram nenhum tipo de auxílio médico para, pelo menos, descobrir o que se trata. É aí que mora o perigo. Isso sem falar dos que se automedicam por acreditarem que o quadro não é grave e, portanto, dispensa cuidados médicos.
Por isso, é importante se atentar para uma lista de sintomas que, em nosso dia a dia, podem aparecer e, ao menor sinal, devem ser investigados. Emagrecimento sem causa aparente, mudança do hábito intestinal, sangue nas fezes, fadiga, cansaço sem causa aparente, falta de apetite, dores persistentes, ferida que não cicatriza, surgimento de alguma mancha diferente na pele ou alteração de uma mancha ou lesão já existente e dificuldade de engolir são indícios que merecem atenção.
Vale destacar ainda que muitas pessoas associam as dores no corpo somente a maus hábitos de vida ou a outras doenças e comorbidades recorrentes com o avançar da idade. Nem sempre, porém, essas regras são válidas. Não podemos nos acostumar com dores, sejam elas quais forem. Uma enxaqueca persistente, por exemplo, sinaliza que algo não vai bem no corpo assim como uma taquicardia frequente, uma tosse que não cessa. Tudo que foge da nossa normalidade e de uma condição de vida saudável, deve ser analisado.
Exames específicos podem, inclusive, auxiliar na descoberta de diversas neoplasias, além das consultas médicas regulares para detecção de sinais precoces. Temos, por sinal, que inserí-los em nossa rotina anual de check-ups. Mesmo quando tudo está aparentemente bem, vale a pena dar uma conferida no corpo como forma de prevenção.
Emanuelle Guedes, oncologista clínica