Linfomas: INCA estima 15,1 mil novos casos por ano no Brasil até 2025

Um dos dez tipos de câncer mais comuns no Brasil, o linfoma - termo genérico para designar um grupo de tumores que se originam nas células brancas do sangue (linfócitos) e se desenvolvem nos gânglios linfáticos (linfonodos) - deve ser diagnosticado em 15.120 pessoas neste e no próximo ano, segundo projeções do Instituto Nacional do Câncer (INCA).  

A doença é, basicamente, subdivida em dois grandes tipos: Linfoma de Hodgkin e não Hodgkin (LNH). O primeiro responde por cerca de 20% das notificações e acomete principalmente adolescentes e jovens (dos 15 aos 25 anos), com um segundo pico de frequência em idosos (com mais de 75 anos). O segundo, por sua vez, compreende 50 neoplasias diferentes que ocorrem em crianças, adolescentes e adultos, tornando-se mais frequente à medida que as pessoas envelhecem.

Sintomas

A evolução dos sintomas pode se dar desde formas mais lentas à agressivas, com necessidade de tratamento imediato neste segundo cenário. Os principais sinais que exigem atenção são o surgimento de linfonodos (ínguas pelo corpo), indolores, principalmente pelo pescoço, axilas ou virilha, perda de peso sem motivo aparente, febre, cansaço, indisposição e suores noturnos.

Independentemente dos cenários – se o paciente manifesta ou não sintomas - recomenda-se uma avaliação com um hematologista para que ele verifique a necessidade de exames complementares ou até mesmo a realização de biópsia dos linfonodos ou da medula óssea, já que estamos falando de uma doença que afeta essa nossa importante fábrica de sangue. Vale ressaltar que não há uma forma efetiva de prevenção para os linfomas. A oncologia trabalha focada, apenas, no diagnóstico precoce.

 

Tratamento

Quanto aos tratamentos, há um grande avanço, nos últimos anos, principalmente em relação ao linfoma de Hodgkin, com a incorporação de medicações mais modernas e eficazes, porém eles ainda são um desafio na prática médica. Existem diversas modalidades [de tratamento] que podem ser usadas: tanto a quimio quanto a radio e a imunoterapia. Alguns pacientes podem ter ainda que se submeterem ao transplante de medula óssea.

Se você encontrou um linfonodo (íngua) e não apresenta nenhum quadro infeccioso e se houve o crescimento desse caroço de forma espontânea, com aumento progressivo, não deixe de procurar um profissional qualificado. É preciso ficar ainda mais atento se houver febre, perda de peso e indisposição.

 

Wilson Valente, Hematologista