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Câncer de pâncreas poderá ser a segunda causa de morte por tumores em todo o mundo até 2030
O Instituto Nacional de Câncer (INCA) inclui, pela primeira vez, os tumores de pâncreas em suas estimativas de casos da doença. De acordo com a entidade, o Brasil deve registrar 10.980 casos novos da enfermidade em cada ano do triênio 2023-2025, o que representa pouco mais de 1% de todos os tumores diagnosticados. A literatura médica aponta ainda que, até 2030, a neoplasia poderá ser a segunda causa de morte por câncer no mundo.
Mesmo não sendo, hoje, um dos tipos mais frequentes na população brasileira, a doença merece bastante atenção. Não há exame de rastreamento e a detecção é difícil, ocorre em fases avançadas, além de ser bem agressiva.
Os fatores de risco mais comuns para a enfermidade são história prévia de pancreatite, alcoolismo, obesidade e predisposição genética. Inicialmente é uma doença silenciosa. Posteriormente pode aparecer uma dor na região superior do abdômen. Emagrecimento, náuseas, perda de apetite e de peso são outros sinais que merecem atenção. A neoplasia é relativamente rara antes dos 30 anos, tornando-se mais comum a partir dos 60. A incidência é predominante no sexo masculino.
Os tratamentos, hoje, são multidisciplinares. Normalmente o paciente é submetido à cirurgia seguida de quimioterapia ou vice-versa. Cada caso, porém, é analisado pelo oncologista clínico e/ou cirurgião oncológico.
Infelizmente, o prognóstico não é, atualmente, um dos mais otimistas. Não houve, nos últimos anos, melhorias robustas em relação às terapias oferecidas pela medicina oncológica. A doença tem uma possibilidade única de cura apenas quando está em fase muito inicial e com cirurgia. Quando avançada é incurável. Os tratamentos, nesse caso, visam somente o controle dos sintomas.
Enquanto a ciência busca mais avanços em tratamentos, conhecer melhor a enfermidade e seus fatores de risco, e estimular o diagnóstico precoce é a forma mais eficiente de conseguir melhores prognósticos. Eliminar o consumo de álcool e cigarro, além de manter o Índice de Massa Corporal (IMC) normal são, no momento, as prevenções primárias mais eficazes”. Diante de suspeita da doença, o diagnóstico é feito por meio de tomografia computadorizada do abdômen e, identificada a suspeita, realiza-se a biópsia para confirmação do nódulo.
O que é o pâncreas?
Órgão relativamente pequeno, com cerca de 100 gramas e 15cm em um adulto, o pâncreas situa-se, em condições normais, na porção superior do abdômen, abaixo do estômago e é interligado por um canal ao duodeno. É dividido em partes denominadas cabeça, corpo e cauda. Ele apresenta uma parte exócrina, secretora de substâncias que atuam na digestão, e uma parte endócrina, secretora de hormônios.
Alexandre Chiari, Oncologista