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Pesquisa revela que mais 50% dos adolescentes de Minas não conhecem a vacina contra o HPV
Estudo recente desenvolvido na Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) revela que 45,78% dos adolescentes mineiros afirmaram que já resistiram, tiveram medo ou dúvidas se deveriam se vacinar contra o papilomavírus humano (HPV). O imunizante, é disponível gratuitamente no Sistema Único de Saúde para algumas indicações, e é uma das principais formas de prevenir o câncer de colo do útero, cujas ações de combate ganham os holofotes neste primeiro mês do ano, na Campanha Janeiro Verde.
Ainda segundo o levantamento, 21,33% dos entrevistados já recusaram a administração das doses e 55,21% dos respondentes não têm sequer conhecimento sobre a vacina. Os resultados foram obtidos por pesquisadores do Observatório de Pesquisa e Estudos em Vacinação (Opesv), em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG). A investigação foi feita com 922 crianças e adolescentes, entre 9 e 19 anos de idade.
Os percentuais descobertos na pesquisa assustam principalmente porque a infecção pelo vírus do HPV está associada a cerca de 90% dos casos de tumor no colo uterino.
A infecção por este vírus gera mutações no DNA das células da região, e, ao longo de 10 a 15 anos, elas [as células] se reproduzem de forma atípica, contribuindo, assim, para a formação do câncer.
A vacinação é a melhor forma de prevenir a neoplasia. Estamos diante de um tipo de tumor que poderia ser melhor controlado com a vacinação precoce.
O imunizante contra o papilomavírus humano faz parte do calendário nacional de vacinação do Ministério da Saúde.
São elegíveis à vacinação:
Vítimas de violência sexual e pessoas de 9 e 14 anos, que devem receber duas doses com intervalo de seis meses entre elas.
Já quem vive com HIV/Aids, passou por algum transplante ou está em tratamento oncológico, é vacinado com três doses, com intervalo de dois meses entre cada aplicação. Nesses casos, a vacina está autorizada para homens e mulheres de 15 a 45 anos.
Outro método no combate ao câncer de colo do útero, é a realização do exame Citopatológico, também chamado Preventivo ou Papanicolau, recomendado para mulheres de 25 aos 64 anos de idade que já tiveram atividade sexual iniciada. Isso pode incluir homens trans e pessoas não binárias designadas mulheres ao nascer. Devido à longa evolução da doença, o exame pode ser realizado a cada três anos nos casos de 2exames consecutivos sem alterações. Ele [o Papanicolau] é a principal forma de detectar alterações nas células do colo do útero que possam ser um indício da presença de lesões precursoras da neoplasia ou do próprio câncer.
O exame, que consiste na coleta de material da região para análise em laboratório, pode ser feito em postos ou unidades de saúde da rede pública e privada que possuam profissionais capacitados. Ao serem examinadas, recomenda-se que as mulheres não estejam menstruadas nem tenham tido relação sexual ou feito uso de duchas e lubrificantes vaginais nas 24 horas anteriores.
Caso o Papanicolau detecte células anormais no colo uterino, é necessário realizar uma biópsia, com a retirada de pequena amostra de tecido para análise no microscópio por médico especialista.
Sintomas do Câncer de Colo do Útero
Os principais sintomas do câncer de colo do útero, geralmente incluem:
- sangramento vaginal anormal,
- dor na região,
- secreção fétida e dispareunia - dor genital que ocorre durante a relação sexual,entre outros.
Vale ressaltar, porém, que a enfermidade é silenciosa em seu início e esses sinais aparecem em fases mais avançadas, os diagnósticos na fase inicial têm quase 100% de chances de cura.
Já o tratamento, dependerá do estadiamento (estágio do tumor ao diagnóstico) e fatores pessoais, como idade da paciente e desejo de ter filhos. As lesões inicias são tratadas pelo ginecologista, gineco-oncologista ou cirurgia oncológica com a retirada do tumor. Temos também a possibilidade da realização de quimioterapia combinada à radioterapia com ou sem tratamentos adicionais ou tratamentos com quimioterapia e outras medicações combinadas em cenários mais avançados da doença.
Uma novidade é que, hoje, a imunoterapia vem sendo uma opção tanto para estágios iniciais quanto para fases avançadas da doença, proporcionando melhores desfechos. Esse método terapêutico estimula o sistema imunológico a combater as células cancerígenas potencializando o tratamento oncológico.
Daniella Pimenta, Oncologista