Mulheres jovens representam 33% dos casos de câncer de mama no Brasil

O câncer de mama tem avançado entre jovens brasileiras. Dados do Painel Oncologia Brasil, analisados pelo Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR), revelam que mais de 108 mil mulheres com menos de 50 anos foram diagnosticadas com a doença no país no período entre 2018 e 2023 – média de uma a cada três pacientes com o tumor.

O levantamento mostra ainda que entre as mulheres com idade entre 40 e 49 anos, foram registrados 71.204 casos de câncer de mama, enquanto 19.576 com idade entre 35 e 39 anos também receberam o diagnóstico da enfermidade. O grupo etário representa 33% do total de casos no período.

Os números escancaram a importância de ampliar o rastreamento da neoplasia por meio da realização de mamografia em mulheres abaixo dos 50 anos, faixa etária que, infelizmente, não está incluída na recomendação padrão de exames preventivos no Sistema Único de Saúde (SUS). Apesar de o Ministério da Saúde indicar o rastreamento bianual para mulheres entre 50 e 69 anos, hoje, várias instituições médicas, como a Sociedade Brasileira de Mastologia, já defendem que a rotina de exames seja anual e comece a partir dos 40 anos.

A ocorrência de mais casos em mulheres 50- pode estar associado, principalmente, ao estilo de vida das pacientes. Fatores como aumento da obesidade, reposição hormonal de forma desenfreada, sem um acompanhamento médico adequado, influenciam nos diagnósticos. Aumento do consumo de álcool e cigarro, sedentarismo, dieta rica em gordura saturada, pobre em fibras, frutos e vegetais também corroboram para esse cenário.

Gravidez tardia, após os 40 anos, ou não gestação são outras questões que podem deixar as mulheres mais suscetíveis a um possível diagnóstico. A amamentação é um fator protetor.



Autoexame e mamografia

Quando se fala em prevenção, o autoexame das mamas já não é mais considerado um método altamente eficaz como era propagado no passado. É óbvio que ele é o primeiro e importante passo para a mulher conhecer o próprio corpo, mas infelizmente não é capaz de detectar nódulos minúsculos que ainda não são palpáveis, mas somente vistos por meio das modernas tecnologias dos mamógrafos. Além de caroços na região mamária, saída de secreção no mamilo, alteração na pele da mama e ferida local que não cicatriza também acendem alerta para uma investigação médica.

Quanto aos tratamentos, atualmente as terapias estão bem mais assertivas e com menos efeitos colaterais, o que contribui, inclusive, para cirurgias de mama menos agressivas. O câncer de mama é um dos que a medicina mais estuda. Então, os métodos terapêuticos estão em constante atualização. Hoje, além da imunoterapia, existem tratamentos hormonais avançados, capazes de aumentarem bastante a sobrevida das pacientes ou até mesmo os índices de cura.

Em suma, felizmente, não há mais motivos para que o câncer de mama seja tão temido como antigamente. O rastreamento precoce continua fundamental para descobrir a doença em estágio inicial, pois quanto mais avançado o diagnóstico, mais agressivo é o tratamento. E, para diagnosticar precoce, é essencial que a mulher insira, na rotina, o autoexame e o acompanhamento via mamografia, e não deixe de procurar atendimento especializado diante de qualquer nódulo suspeito.



Sua voz é mais forte

Para unificar as mensagens do Outubro Rosa e do Novembro Azul, dois movimentos mundialmente reconhecidos que se concentram na conscientização sobre o câncer de mama e o câncer de próstata, respectivamente, o Grupo Mira S/A, do qual faz parte a Cetus Oncologia, lança a campanha Sua voz é mais forte.

Por meio da divulgação de vários podcasts nas mídias sociais, intranet e TVs corporativas das empresas que compõem o grupo, será possível conhecer histórias reais de pacientes e médicos que prometem incentivar mudança de hábitos, comportamentos e perspectivas na prevenção e luta contra os tumores. Temas relacionados à importância do diagnóstico precoce para evolução positiva do tratamento vão nortear algumas das conversas.

Durante o mês de outubro, as três unidades da Cetus Oncologia também vão realizar a tradicional Caminhada Rosa, ato de conscientização que reúne médicos, pacientes e ex-pacientes levando informações sobre a prevenção à doença para toda a população. No dia 12, o evento acontece em BH. Já nos dias 19 e 26, será a vez de Contagem e Betim receberem a ação.

Dra. Laís Mendes - Oncologista