Pesquisa aponta que 65% dos brasileiros dormem mal

Hoje, no Dia Mundial do Sono, um alerta importante: estamos dormindo mal. Pelo menos é o que aponta a Pesquisa Mapa do Sono dos Brasileiros, encomendada pela biofarmacêutica Takeda e realizada pelo Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (IBOPE). Segundo o levantamento, 65% dos brasileiros têm baixa qualidade de sono, mas apenas 7% procuram ajuda médica quando apresentam dificuldades para dormir.

 

O levantamento mostra ainda que apesar de 83% dos brasileiros reconhecerem a insônia como doença, 77% desses acreditam que o distúrbio é consequência de outros males, ou seja, desconhecem o problema como enfermidade específica que precisa de tratamento. Esses números revelam que a desinformação e a falta de conhecimento podem estar entre os principais aspectos que impedem os pacientes de buscar ajuda médica.

 

Outro problema que a baixa qualidade do sono pode trazer, à longo prazo, é a chance da pessoa desenvolver um câncer, mas que fique bem claro: o déficit de noites mal dormidas, por si só, não é o único causador de um tumor. Não existem evidências científicas sobre o assunto. Mas é indiscutível ressaltar que a boa qualidade [do sono] associada, obviamente, a uma alimentação equilibrada, atividade física regular, não fumar e evitar bebidas alcoólicas, pode prevenir a doença.

 

Além de ser um dos fatores que podem aumentar o risco de câncer no futuro, a insônia também enfraquece o sistema imunológico, o que pode deixar o organismo mais vulnerável, principalmente nestes tempos de pandemia, onde a saúde deve estar impecável em todos os aspectos. A melatonina, hormônio responsável pela indução do sono, atua na reparação das células quando estamos dormindo. Células essas que geralmente são expostas a poluição e outros fatores que colaboram para o envelhecimento precoce. Por isso é preciso dormir bem para que a defesa do nosso organismo seja restaurada e garanta a produção de anticorpos contra as diversas infecções de maneira adequada.

 

Várias noites mal dormidas podem causar ainda um processo de declínio cognitivo, o que prejudica a memória ou acelera um processo de demência em pessoas com predisposição.

 

Por fim, deixo aqui algumas dicas para quem deseja ter uma boa higiene do sono: primeiramente escolha um ambiente adequado para dormir, ou seja, silencioso, confortável e escuro; evite luzes artificiais quando estiver próximo do horário de repouso, como celular, computador e TV; e qualquer tipo de estimulante, como café, refrigerante e chocolate, tanto no fim do dia quanto durante a noite.

 

E não se esqueça de reservar de 30 minutos a uma hora antes de dormir para se desligar de todas as notícias. Busque fazer algo que seja prazeroso e relaxante para que o sono possa vir com qualidade.

 

      

        Nara Andrade – oncologista clínica do Cetus Oncologia